Nossa conexão, e a força do feminino vem da terra, entra pelos pelos pés, sobe e penetra a vagina e continua subindo pela coluna... se expandindo pelo infinito saindo alto da cabeça... E quanto menos barreira no meio, maior esse fluxo. E a calça tolhe isso...
E usamos as saias longas que acabam por ficar mais confortáveis, sem exposição, além da beleza que consagra ao feminino.
O altar da mulher é seu útero... é seu templo sagrado que lhe acompanha desde sempre, onde está toda a sua força, sacralidade e magia... de onde brota a vida. E é seu tempo sagrado, pois não há nesse caso a dimensão do tempo como passado/futuro/presente, há apenas o sempre.
É também onde se concentra a memória da mulher... seus registros com tudo e todos com o qual se relacionou...
É onde também se concentra a força de todas a nossa ancestralidade, não a minha ou a sua, mas de "toda a nossa" ancestralidade... da mesma forma que a terra é uníssona, uma força que jorra vida sem fim, somos uníssonas e jorramos vida em fim.
As árvores, sobre a terra, se ligam sob a terra pelos veios de água subterrâneo... e esse veio em nós é o nosso útero, que une e torna as mulheres uníssonas, umas com as outras, e com a terra.
E o uso da saia nos faz ter esse fluxo liberado...sem amarras, sem represas...
E um detalhe... no mundo antigo, até os homens usavam saias. Devido ao advento da montaria, necessária para percorrer grandes distâncias para caça e guerra, começaram a se proteger devido aos carrapatos das montarias que se alojavam em seus pelos pubianos...e aí surgiram as calças... que não veio por uma questão de masculinidade, e sim para proteção... e como eram os homens que na maioria dos casos saíam dos acampamentos para as guerras e caçadas, tornou-se uma indumentária masculina.
E cada grupo, espiritual ou não, vai determinar/sugerir as saias para as mulheres, nomeando de forma diferente o motivo... devido aos sistemas de crenças inerentes ao ser humano. Muitos costumes se mantém sem que se lembre/saiba o motivo... mas de alguma forma se perpetuam.
Autora: Carmem K'hardana
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