segunda-feira, 11 de abril de 2016

Coven

A palavra Coven vem do termo "Couentus", que significa "reunir-se, estar junto". Este foi o nome dado aos grupos de bruxos e bruxas que pertencem a uma mesma tradição e praticam a Arte da Deusa de forma coesa.

A nomenclatura "Tradição" é atribuída a um conjunto de crenças e práticas dos bruxos. Por ser a bruxaria marcada pelo individualismo, não há um formalismo para se tornar um bruxo. Existem diversas tradições, sendo as mais conhecidas o Gardnerianismo(wicca) e o Cochranianismo.

Embora a bruxaria seja mundial e tenha surgido provavelmente no início da Idade Antiga, a wicca e a bruxaria moderna são inglesas, por isso, possuem características anglo-saxãs e célticas muito fortes. Isto não implica que somente estas tradições podem ser consideradas como legítimas. Outras podem surgir, tendo como influência os costumes e crenças de diversas culturas e povos. 

Alguns covens são iniciáticos, outros visam apenas praticar a Arte e há os que seguem uma rígida hierarquia e sistema de graus. Tudo depende da forma de trabalho escolhida pelos membros do Coven ou por sua Sacerdotisa e/ou Sacerdote.

Um Coven é semelhante a uma família, pois existem fortes laços sociais e sentimentais, além de mágicos. Os membros dos covens além de encontrarem-se regularmente para celebrar os Esbats e Sabbats, também possuem uma convivência amistosa e fraternal, promovendo passeios, festas e encontros no grupo.

Geralmente, o Coven é dirigido por uma Sacerdotisa e um Sacerdote. Alguns, principalmente os de algumas facções da Tradição Diânica, são governados apenas por Sacerdotisas.

Quanto ao número de integrantes, este pode variar de acordo com a tradição. Gerald Gradner afirmava que o máximo de integrantes admitido em um coven deveria ser 13 membros, pois um número superior a este comprometeria a magia. Vejamos um texto escrito pelo próprio Gerald Gardner sobre este tema:

"Acho que devo deixar claro que, até onde vai minha experiência, embora o grupo devesse ter tradicionalmente seis casais e um líder no círculo, hoje em dia freqüentemente há muito menos.

Em um encontro, se houvesse mais de treze iniciados presentes, eles se sentariam fora com os não iniciados e assistiriam ao rito religioso. Se por alguma razão eles forem chamados ao círculo, outros sairiam para dar espaço e eles seriam então purificados para entrar.

Quando os ritos terminavam e se fechava o círculo, todos tomavam parte na dança e na festa. Se fossem, digamos, vinte iniciados e houvesse espaço suficiente, eles provavelmente formariam dois grupos, cada um em seu próprio círculo, com um líder que marcaria o ritmo. Se houvesse ainda mais, formariam três círculos.

Hoje em dia, não-iniciados nunca estão presentes e as cerimônias são em geral internas, onde haja espaço suficiente para um círculo. Além disso, embora o ideal seja formar-se casais perfeitos de pessoas idealmente ligadas uma à outra e em perfeita sintonia e fazer com que as pessoas se liguem umas às outras, hoje isso nem sempre é possível; os casais certos vão juntos, outros vão sozinhos e fazem como podem. A bruxaria hoje é certamente um caso de “se virar”. 

(A Bruxaria Hoje, de Gerald Gardner. Ed. Madras. Página 101)

Quando o número de membros ultrapassa os 13, são divididos em clãs, para preservar a proximidade entre os integrantes do coven.

Covens são datados desde a Idade Antiga, quando pessoas de uma mesma família ou clã formavam grupos de caráter religioso. Com a chegada do cristianismo à Europa e ao longo de toda a Idade Média até o século XVIII, aproximadamente, muitos covens foram perseguidos e seus membros assassinados, especialmente as Grã-sacerdotisas. 

Somente no século XX, com a bruxaria moderna, os covens surgiram novamente e muitas práticas são um resgate histórico importantíssimo para a cultura europeia. 

Para tornar-se um membro de um coven, geralmente, é necessário receber um convite ou a indicação de um bruxo ou bruxa pertencente ao coven. Somente após um acordo entre todos os membros do coven é que o novo membro será aceito. 

Raramente os neófitos são aceitos, os covens preferem bruxos solitários com bastante conhecimento, entretanto, quando os neófitos são convidados a participar do coven são encaminhados para a orientação. 

É comum na tradição wicca aceitar neófitos como espectadores dos rituais, embora outras tradições mais clássicas não aceitem. 

Na wicca o neófito é deixado aos cuidados de um mestre ou mestra, que o orientará para estudar os princípios básicos da bruxaria e a desenvolver-se na magia. A maioria dos covens, independente da tradição, adotam este preceito. Ter um mestre ou uma mestra faz com que o novo bruxo desenvolva um forte vínculo com o coven, pois o estudo perdura por anos (dependendo da tradição) e a participação dos encontros de lazer e das celebrações, fazem com que o coven seja uma família para o novo bruxo.

Entre os membros do coven deve haver amor, confiança, honestidade, segurança e respeito!



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